El primer trazo de uma cartografia
Agenda
10:00 - 17:00
As Embaixadas do Brasil, Portugal, Angola e Cabo Verde, em parceria com A Livraria & Mondolibro, organizam, entre os dias 9 e 13 de dezembro, a Feira do Livro de Língua Portuguesa que terá lugar na Embaixada do Brasil.
Entre 9 e 13 de dezembro, das 10h00 às 17h00, a Feira do Livro de Língua Portuguesa disponibilizará para venda obras originais em português e traduções em alemão de autores e autoras dos países de língua portuguesa. Este é um convite a que, neste Natal, presenteemos os nossos entes queridos com livros oriundos desse rico e pulsante universo chamado CPLP!
A literatura dos países de língua portuguesa é um convite fascinante para viajar por diferentes culturas, histórias e tradições. A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), formada por Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste, constitui um universo surpreendente, que se distribui por quatro continentes e é marcado por profundos laços humanos e históricos e gigantesca pluralidade.
Venha visitar-nos e divulgue a iniciativa junto da sua comunidade!
Brasilianische Botschaft in Berlin | Embaixada do Brasil em Berlim
Wallstrasse 57
10179 Berlim
19:00
Lançamento do livro La viralización de la violencia: género, medios, mímesis, reexistencias, de Danú Gontijo, com presença da autora e comentários de Angela Donini, Bárbara Santos, Cecilia Gil Mariño e Suelen Calonga. La viralización de la violencia foi publicado em 2023 pela Editora Prometeo, em Buenos Aires, com eventos de lançamento também em Brasília e La Paz. A obra conta com um generoso prólogo de Rita Segato e tradução primorosa de Rodrigo Alvarez. O livro faz parte da coleção organizada por Rita Segato “Pensamentos do Brasil em Espanhol”, que reúne publicações de Ailton Krenak, Vladimir Safatle, Luiz Eduardo Soares, Otávio Velho e da própria Rita Segato. Segundo Rita Segato, “este livro constitui uma obra importante e indispensável para continuar a crescer na compreensão da violência. Danú Gontijo abre uma nova porta ao testar e analisar como se replica a violência de gênero, sem cair no risco de a referir a um caráter mecânico do processo, como o modelo interpretativo que recorre à ideia de contágio, mas insiste na intermediação da imaginação e fantasia humana. Ao fazer isso, ela descobre a ideia da mímesis para dar conta do fenômeno das réplicas. Este é, portanto, um trabalho sobre o desejo e o seu predicado mimético colocado e examinado a partir de condições históricas como a colonialidade, o racismo, o capitalismo, o consumo, a psique ressentida do nosso tempo e, claro, a violência e o poder. Estamos diante de uma obra da maior importância que em breve abrirá caminho nos amplos circuitos da crítica feminista, alcançando grande influência.” [...] “Constitui um ponto de ruptura e um passo em frente na compreensão da violência de gênero.”
Danú Gontijo (Daniela Cabral Gontijo), natural de Brasília, Brasil, é pesquisadora, ativista e artista transdisciplinar. Advogada de formação, fez mestrado em Direitos Humanos na Universidade de Utrecht, doutorado em Bioética na Universidade de Brasília, com período doutoral na Universidade Nacional Autônoma do México. Há 20 anos, estuda, escreve e dá aulas sobre os temas da violência, colonialidade, gênero, racismo, vias dissidentes e antídotos contra a opressão. Seu mais novo trabalho, “A cagada colonial e o resto do mundo”, performance literário-musical com Bárbara Santos e Suelen Calonga, estreou no festival de literatura latino-americana Barrio Latino, em outubro passado, em Berlim. É tradutora da obra de Rita Segato para o português e autora do livro infantil “A marcha da gota”. Danú também é compositora a cantautora, tem 3 álbuns e 3 singles pela dupla Tatá e Danú, e suas músicas e poesias já ganharam festivais e prêmios. Conheça mais do seu trabalho aqui: linktr.ee/danugontijo
Angela Donini nasceu em Botucatu, Brasil. É professore do Departamento de Filosofia e dos Programas de Pós Graduação em Filosofia e em Ensino de Artes Cênicas da UNIRIO, com doutorado em Psicologia Clínica pela PUC de São Paulo e pós-doutorado em Medicina Social (UERJ) e em Estudos Contemporâneos das Artes (UFF). Dirigiu a série documental “esporte é coisa de mulher” (2023) e os curtas-metragens “corpos que escapam” (2015), “ancorando navios no espaço” (2016); “nomes que importam” (2017). Colabora com coletivos ativistas em processos de criação audiovisual desde 2013.
Bárbara Santos nasceu no Rio de Janeiro, Brasil, onde trabalhou com Augusto Boal, que sistematizou o método do Teatro do Oprimido. Bárbara é atriz, dramaturga, ativista-feminista-decolonial-antirracista, diretora artística de KURINGA - espaço teatral em Berlim, autora de três livros e fundadora da Rede Ma-g-dalena Internacional de Teatro das Oprimidas. O filme Ash Wednesday, media metragem musical sobre brutalidade policial contra a população negra no Brasil, que estreou em 2023 na Berlinale, marca sua estreia como cineasta.
Cecilia Nuria Gil Mariño nasceu em Buenos Aires, Argentina. É doutora em História, mestre em Estudos de teatro e cinema argentino e latino-americano pela Universidade de Buenos Aires e pesquisadora assistente do Conselho Nacional de Pesquisa Científica e Técnica (CONICET), Argentina. Atualmente, é pesquisadora do Instituto Luso-Brasileiro (PBI) da Universidade de Köln com o projeto "Memories matter: Materiality and Kinophagy in Film Archives".
Suelen Calonga nasceu em Contagem, Brasil. É mãe, filha, neta, negra e sacerdotisa do culto tradicional Iorubá. É artista visual, com mestrado em Arte Pública e Novas Estratégias Artísticas pela Bauhaus-Universität Weimar. Pesquisa Artes e Culturas a partir de uma perspectiva contracolonial, e está especialmente focada na análise dos acervos de museus europeus como centros de manutenção do colonialismo.
19:00 - 22:00
Lunes 9.12 a las 19:00 hs, doble programa en el @salonberlines !!!
El clásico de los clásicos @sarao.poetico y la presentación de Los Unbekannte vol 2 y segunda edición!
Con Nihm Smoboda, Julio Sivautt, Maximiliano Luis Freites, Mateo Dieste, Alfredo Langa Herrero, José Luis Pizzi
FIESTA!!!
Crellestr 26, 10827 Berlín
Flyer: @anapaulatita_
19:00 - 21:30
La Embajada Argentina y el Salón Berlinés invitan a un encuentro especial con algunos títulos destacados de Argentina Key Titles – una selección de títulos que pone de relieve la bibliodiversidad de la industria editorial argentina.
Participarán: María Negroni, Timo Berger y Juan Mut. La Moderación estará a cargo de José Luis Pizzi
Fecha: 16.12.2024, 19 Hs.
Lugar: Salón Berlinés, Crellestr. 26, 10827 Berlin
RSVP: Aforo limitado, confirmen su asistencia respondiendo a cultural_ealem@mrecic.gov.ar
Website https://argentinakeytitles.org/
Artistas
Danú Gontijo
José Luis Pizzi
Suelen Calonga
María Negroni
Texto e Imagen
Estaciones de Berlín
Juan Carlos Méndez
Danú Gontijo
Foto: Lena Tosta
José Luis Pizzi
Ha presentado sus libros en Berlín, Tübingen, Colonia, Madrid, Buenos Aires, Montevideo y distintos lugares de la Patagonia argentina. Como abogado, mientras vivía en Argentina, realizó el primer juicio contra una empresa estatal (ELMA) por el despido a causa del HIV-SIDA de un trabajador, ganándolo en sede laboral como así también en la civil por daños y perjuicios. Asimismo, presentó una querella penal contra el arzobispo de Buenos Aires, Cardenal Quarracino, por violación a la Ley Antidiscriminatoria. Fue coordinador del área legal de Gays y Lesbianas por los Derechos Civiles, y en ese marco, elaboró distintos proyectos, tales como la modificación de la Ley de Discriminación, incluyendo la orientación sexual e identidad de género, así como el de Unión Civil para parejas del mismo sexo.
Foto: Sophia Pizzi
Suelen Calonga
Foto: privada
María Negroni
Foto: Alejandro Guyot
Estaciones de Berlín
Bibliografia:
Berger, Timo. "Frutos del activismo literario." Voces Periféricas. Equidistancias: Buenos Aires-Londres, 2023.
Bolle, Willi. "Paris on the Amazon? Postcolonial Interrogations of Benjamin's European Modernism." A Companion to the Works of Walter Benjamin, Camden House, 2009, New York.
Kirsten, Jens. Lateinamerikanische Literatur in der DDR. Ch. Links Verlag, 2004, Berlin.
Klengel, Susanne, y Douglas Pompeu. "Literarische Nord-Süd-Beziehungen im Kalten Krieg: Geselligkeit im Widerstreit bei den Lateinamerika-Kolloquien in Westberlin 1962 und 1964." Berliner Weltliteraturen. Internationale literarische Beziehungen in Ost und West nach dem Mauerbau, De Gruyter, 2021, Berlin.
Klengel, Susanne. "Chilenisches Exil in Berlin Ost | Berlin West: Carlos Cerda und Antonio Skármeta." Berlin International. Literaturszenen in der geteilten Stadt (1970–1989), De Gruyter, 2023, Berlin.
Müller, Gesine. How is World Literature Made? The Global Circulations of Latin American Literatures. De Gruyter, 2021, Berlin.
Müller-Tamm, Jutta. "Berlin International: Literaturpolitik in den 1970er und 80er Jahren." Berlin International. Literaturszenen in der geteilten Stadt (1970–1989), De Gruyter, 2023, Berlin.
Pompeu, Douglas. "‘Tropische’ Literatur entlang der Mauer: Das geteilte Berlin aus der Feder brasilianischer Autoren." Berlin International. Literaturszenen in der geteilten Stadt (1970–1989), De Gruyter, 2023, Berlin.
Römer, Diana von, y Friedhelm Schmidt-Welle. Lateinamerikanische Literatur im deutschsprachigen Raum. Vervuert Verlag, 2007, Frankfurt am Main.
Streckert, Jens. París, capital de América Latina. Universo de Letras, 2019, Sevilla.
Vargas Llosa, Mario. "Berlín, capital de Europa." Obras completas X. Piedra de toque (1984-1999), Galaxia Gutenberg, 2012, Barcelona.
Inundadas de frío, nieve y anocheceres a las cuatro de la tarde, las novelas latinoamericanas que recrean Berlín antes de la caída del muro tienen a las estaciones, no solo las climáticas, sino también a las de trenes, como símbolos muy concretos de la frontera, del umbral y del muro que divide dos sistemas.
Terreno fértil fruto de una tensión interna (entre Este y Oeste) y una externa (con París), Berlín empezó a recibir escritores latinoamericanos gracias a invitaciones organizadas por el Berliner Künstlerprogramm del DAAD y el Literarisches Colloquium, de un lado, y por la Schriftstellerverband der DDR (dirigida entre 1952 y 1978 por Anna Seghers), del otro lado. Los Coloquios de Literatura Latinoamericana realizados en 1962 y 1964 en el IAI (ubicado aún en la Villa Siemens), la publicación de las obras del llamado “Boom” por las editoriales Volk und Welt (en el Este) y Suhrkamp (en el Oeste) y que Latinoamérica haya sido la invitada de honor tanto de la Feria del Libro de Frankfurt (1976), como eje temático del Festival Horizonte de Berlín (1982), generaron un contexto favorable que Mario Vargas Llosa resumió en 1998 luego de pasar dos temporadas en la ciudad: “me atrevo a profetizar que Berlín sucederá a París (…) como la capital espiritual de Europa” (2012: 1265). Más allá de que la profecía se haya cumplido o no, la sola posibilidad es ya una huella a seguir.
GUERRA FRÍA. AQUÍ, ALLÁ Y AL REVÉS.
Las consecuencias de la Guerra Fría y su aparente fin no solo se manifestaron en Alemania y Europa, sino también en Latinoamérica, donde las dictaduras simultáneas no pueden leerse como resultado de la generación espontánea sino más bien como parte de una estrategia represiva aplicada sobre un territorio en disputa: el “mal ejemplo” cubano no debía propagarse.
Golpes de Estado, gobiernos cívico-militares y dictaduras se sucedieron en Argentina (1966-1973; 1976-1983), Brasil (1964-1985) y Chile (1973-1990), así como en Uruguay, Paraguay y Perú. Hijos de las dictaduras, algunos escritores refugiados, exiliados o becados en Alemania reflejaron esa violencia en novelas como Morir en Berlín (1993) de Carlos Cerda (Chile), Berlín es un cuento (2007) de Esther Andradi (Argentina) y Vastas emociones y pensamientos imperfectos (1989) de Rubem Fonseca (Brasil). Las tres desarrollan su trama antes de la caída del Muro.
Y así como la reunificación cambió a Alemania, las sociedades latinoamericanas también cambiaron. Es decir que no solo el lugar de llegada se modificó, sino que también los que llegaban eran diferentes. Luego de 1989, empezaron a aterrizar en Berlín los hijos de lo que la ciencia política ha llamado “tercera ola democrática” latinoamericana –el periodo que siguió a las dictaduras y al “Plan Cóndor”. Ellos publicaron libros con características diferentes al grupo anterior, como se puede comprobar al leer También Berlín se olvida (2004) de Fabio Morábito (México), Vamos a tocar el agua (2017) de Luis Chaves (Costa Rica) y Diario pinchado (2020) de Mercedes Halfon (Argentina). Dichas novelas breves no serán comentadas aquí por una cuestión de espacio. Por la misma razón nos centraremos en un solo tema de los muchos que comparten las tres novelas del primer grupo: las estaciones de trenes.
MORIR EN BERLÍN. Un chileno Ossi.
Carlos Cerda (1942-2001) estudió teatro y filosofía en la Universidad de Chile y luego trabajó en el diario El Siglo, órgano oficial del partido comunista chileno. Después del golpe de estado (1973), parte al exilio a Berlín Este. Estudia alemán y realiza un doctorado en la Universidad Humboldt, donde entre 1979 y 1984 dicta un curso de literatura latinoamericana. Autor de piezas teatrales, radiofónicas, cuentos y novelas, a su regreso a Chile en 1985 fue profesor de dramaturgia en la Universidad Católica.
Morir en Berlín relata los últimos días de Don Carlos, también llamado el Senador, miembro señero de “la Oficina”, institución de rasgos kafkianos que controla la vida de los miembros del guetto, como se denomina a la comunidad exiliada chilena. Visas, permisos de viaje, solicitudes de divorcio, el presente y el futuro se resuelve en “la Oficina”, incluso el del propio Senador, quien a pesar de un recién detectado cáncer no puede cumplir su deseo de regresar a morir a Chile.
Estilísticamente, destaca el uso de un coro narrado desde un “nosotros” que efectivamente recrea los deseos, especulaciones y sueños de una voz grupal, la de los exiliados. Espacialmente, la novela se desarrollada en Berlín-Este, con acciones que saltan de un departamento frente a la Alexanderplatz (donde vive Mario con su amante alemana), a la Staatsoper (donde danza Leni, nacida en Dresden). Otros espacios centrales son dos edificios en Lichtenberg, el de la Volkradstraße (donde vive Don Carlos y su vecina Leni, con quien desarrolla una particular relación sentimental) y el de la Elli-Voigt-Straße, donde vive el grueso del guetto (incluida Lorena y sus hijos, quienes han sido abandonados por Mario).
Un espacio significativo de Morir en Berlín es la estación de Friedrichstraße, una estación que “delata” a la ciudad, un “lugar inevitable que revela aquello que ésta se empeña en ocultar”. Cerda describe el cruce diario de Oeste a Este de miles de jóvenes que “deslumbrados visitan sus museos y asisten a sus espectáculos teatrales”. Desde el otro lado, miles de ancianos hacen las mismas colas interminables, horas de horas, porque “es el paso fronterizo permitido a los jubilados, los únicos berlineses del Este que pueden pasar al lado occidental” (99).
Desde el Oeste, además de los jóvenes, también llega una horda de alcohólicos buscando botellas de Korn o Vodka, vendidas muy baratas en el cruce fronterizo: “Llegaban temprano a la Friedrichstraße, adquirían su imprescindible mercancía y regresaban luego a beberla en los alrededores de la estación de Zoo, sentados en las cunetas de los callejones laterales, y en el invierno descubriendo los rincones más oscuros del otro terminal, tirados sobre baldosas que retenían durante días jeringas desechadas...” (101)
Las estaciones de trenes llamarán también la atención de Andradi y Fonseca.
BERLÍN ES UN CUENTO. Una argentina sin trabajo, sin idioma, sin beca.
Esther Andradi, (Ataliva,1956) estudió Ciencias de la Comunicación en Rosario y en 1975, huyendo de la violencia política, emigró a Lima, donde ejerció como periodista y fue coautora del libro de entrevistas Ser mujer en el Perú (1978), un clásico de la literatura feminista de no ficción. Vivió en Berlín entre 1980 y 1995. Luego de pasar siete años en Buenos Aires, regresó a la capital alemana el 2003. Es autora del libro de relatos Come, éste es mi cuerpo (1991), compiladora de Vivir en otra lengua. Literatura latinoamericana escrita en Europa (2007), autora de Mi Berlín. Crónicas de una ciudad mutante (2015) y de La lengua de viaje. Ensayos fronterizos y otros textos en tránsito (2023). En la actualidad es docente en el LAI, el Instituto Latinoamericano de la Freie Universität.
Berlín es un cuento relata la adaptación salvaje de Bety, una argentina que llega a Berlín Oeste a inicios de los 80. Afincada en Lima, ciudad amada por los alemanes porque siempre es verano y hay indios, Bety se enamora de un alemán, a quien persigue hasta Europa para enterarse que está casado y no planea divorciarse. Obligada a descubrir Berlín desde la precariedad establece alianzas con dos alemanas (compañeras en un edificio okupado) y con otros latinoamericanos (Martín, un anarquista argentino; el Profeta, un chileno sobreviviente de la matanza del Estadio Nacional de Santiago; Favela, un brasileño que trafica con aves del Amazonas y falsifica documentos de identidad; y Leo, un peruano que se presenta como actor, aunque solo es malabarista de circo). “Sin trabajo, sin idioma, sin beca”, Bety, también llamada La Novelista, acomete otra locura: dedicarse a la escritura, lo que el libro refleja al inicio de cada capítulo, donde se leen los intentos escriturales de la protagonista.
Si Cerda se centra en Lichtenberg, Andradi traza el mapa de Schöneberg, entre Winterfeldtplatz y Potsdamer Straße. Y si la de Cerda recrea la estación de Friedrichstraße, la de Andradi, hace lo mismo con la estación de Zoologischer Garten, la estación por la que se arribaba a Berlín Occidental: “Nada de lo que se veía allí podía asociarse con cualquiera de las ideas que alguna vez tuvo sobre ese país llamado Alemania. Ni limpia ni ordenada, ni pulcra ni segura: el Zoo era el reino de los sin techo, de los adolescentes drogados, de las prostitutas, los mendigos, los borrachos, ciertamente un escenario más cercano a la ópera de los tres centavos brechtiana que a las imágenes de un milagro alemán de postguerra. Aquí la guerra continuaba. Los trenes arribaban a una ciudad dividida hasta el andén donde los empleados ferroviarios procedían del Berlín comunista —la capital de la RDA— y la policía provenía de occidente” (48).
La ficción de Andradi sucede a inicios de la década del 80. Treinta y cinco años después, otra argentina, Mercedes Halfon, también presenta a una mujer persiguiendo a un hombre hasta Berlín. La primera sigue a un alemán, la segunda a un argentino — poeta, para más señas. Ambas son desgraciadas mientras fracasan en su objetivo. Por otro lado, mientras que en la de Andradi la comunidad latinoamericana sobrevive con oficios precarios, en la de Halfon (Diario pinchado), todos están institucionalizados, en su mayoría gracias a becas. Desde otro punto de vista: en la novela de Andradi los cabezas rapadas están en calle, atacan y son peligrosos. No voy a decir que en la de Halfon están en el Bundestag —porque la trama se desarrolla en el 2015. Faltaban dos años para que el AFD convierta esa locura en una realidad.
VASTAS EMOCIONES Y PENSAMIENTOS IMPERFECTOS. Un brasileño de los trópicos y die Deutsche Angst.
Rubem Fonseca (1925-2020) es uno de los grandes escritores latinoamericanos del siglo veinte. Autor de libros notables como los cuentos de El cobrador (1979), de nouvelles como Y de este mundo prostituto y vano solo quise un cigarro entre mi mano (1997) y de novelas como El gran arte (1983) y Agosto (1990), Fonseca ha sido galardonado con el premio Machado de Assis, el Camões, el Juan Rulfo y el premio Iberoamericano Manuel Rojas.
El ex policía nacido en Minas Gerais llegó a Berlín en 1985 luego de que El gran arte recibiera la medalla Goethe en Brasil. La estadía organizada por el DAAD generaría la novela policíaca Vastas emociones y pensamientos imperfectos, que describe Ku’damm. La novela explora bares, cines, restaurantes cercanos al hotel donde el protagonista se aloja, a metros de la estación Uhlandstraße, espacio que un par de décadas después también explorará Morábito, mientras que Chaves hará lo propio con Friedenau y Halfon con Mitte.
Fonseca inicia la acción en Río de Janeiro. El protagonista narra en primera persona cómo recibe en su casa un misterioso paquete entregado por una desconocida, desesperada, a quien están persiguiendo. Él no lo sabe, pero el paquete contiene rubíes, diamantes y esmeraldas. Días después, la mujer aparece en las noticias. Ha muerto mutilada. Paralelamente, el protagonista, que es director de cine, recibe una invitación para viajar a Alemania. Un productor quiere que adapte el libro de cuentos Caballería roja de Isaak Bábel y lo filme en Berlín. Escapa. Aterriza en Tegel. Las calles están cubiertas de nieve. Poco después entrega el primer borrador del guion y una alemana experta en Bábel lo lee y le comenta: “Increíble. Un latino de los trópicos que entienda tan bien el alma rusa” (161). Entonces la trama se complica y el objetivo ya no es huir, sino conseguir una novela perdida de Bábel en Berlín Oriental. Un ruso la vende al mejor postor. El protagonista debe ocultar fajos de dólares en su cuerpo y cruzar por la estación de Friedrichstraße, pagar y recibir el manuscrito: “La mirada de los guardias era dura y atenta. Miraban el pasaporte y después el rostro de las personas, muy fijamente a los ojos (…). Era parte de la rutina, pero comencé a sudar, preocupado. Y cuanto más sudaba, más tenso me ponía (…). Me acordé de Die Angst des Tormanns beim Elfmeter, de Wim Wenders. Un policía explica a un tipo de qué manera puede ser descubierto un delincuente. ‘Tenemos que mirarlos a los ojos’. El tipo que habla con el policía es un asesino buscado, pero el policía no sospecha de él ni un instante. En realidad, los policías miran a los ojos del asesino y no ven nada. O, mejor dicho, ven lo mismo que en los ojos del inocente. Esos policías, allí en la frontera de los dos Berlín, con sus bonitos uniformes, miraban a los ojos solo para intimidar, también sin ver nada, siguiendo una rutina burocrática. Si no me intimidasen, mi mirada tendría la misma pureza que la de la viejecita en la otra fila cargando su bolsa de mercancías. Ya no sudaba al llegar frente al primer policía” (207).
La descripción psicológica del miedo establece una diferencia con los ejemplos anteriores. Para Fonseca las estaciones de trenes son también espacios para la exploración interna.
Una gestión en el consulado chileno obliga a Don Carlos, el protagonista de Cerda, a pasar al lado Occidental, y dicho tránsito le permite comparar ambas estaciones, hermanadas por algo “sórdido” y que además reflejan sus sistemas políticos: “Friedrichstraße era limpia, pulcra en su pobreza, pero amenazante y brutal; en lo alto la guardia vigilaba desde el mirador haciendo ladrar de tanto en tanto a sus perros ferozmente adiestrados. El Zoo, en cambio, era abierta y patética, el lugar elegido por los miserables porque allí a nadie le importaba esa miseria. Aquí soldados, allá desechos; aquí perros guardianes, allá botellas vacías y jeringas tiradas en los rincones. En la Friedrichstraße se hacía visible la miseria de un poder absoluto sobre la gente; en el Zoo, la de gente absolutamente abandonada por el poder” (102).
Por su trabajo con el lenguaje, su tema y su estructura, Morir en Berlín es una novela muy interesante, que ya no se encuentra en librerías y que debería reeditarse. Si la frustración es el sentimiento que más irradia la burocracia comunista en la novela de Cerda, los edificios desvencijados, la calefacción alimentada con carbón, y los cabezas rapadas del lado occidental no ofrecen un mejor panorama en la novela de Andradi, donde el punto de vista de las mujeres, latinoamericanas pero también de las alemanas, sus dilemas, sueños y comportamientos, hacen de esta narración un documento con las características de la mejor ficción: entretenida, informativa y sin miedo al humor. Vastas emociones y pensamientos imperfectos no es la mejor novela de Fonseca, pero el brasileño es un gran escritor y a pesar del mundo cínico y violento que representa, sus virtudes literarias han logrado que el libro no envejezca.